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Holding patrimonial vs. holding operacional: o que muda na estrutura societária?

Quando faz sentido constituir uma holding patrimonial? E quais os riscos ou benefícios de estruturar uma holding operacional? Essa é uma dúvida comum entre advogados societários, tributaristas e gestores jurídicos que acompanham reorganizações societárias, planejamento sucessório ou estruturas empresariais mais complexas.

Apesar de muitas vezes confundidas, as holdings patrimonial e operacional cumprem funções distintas. Neste artigo, explicamos o que diferencia esses dois tipos de holding, os impactos na estrutura societária da empresa e os principais cuidados jurídicos a serem observados.

O que é uma holding patrimonial?

A holding patrimonial é uma sociedade cujo principal objetivo é concentrar e administrar o patrimônio de pessoas físicas ou jurídicas. Normalmente, ela não exerce atividade operacional direta: o foco está na gestão de bens, imóveis e participações societárias.

Imagine uma família que possui vários imóveis em nome de diferentes membros. Ao constituírem uma holding patrimonial, esses imóveis podem ser centralizados sob uma única pessoa jurídica, facilitando a gestão, o planejamento sucessório e até otimizando a carga tributária.

Características comuns de uma holding patrimonial

  • Administração de bens imóveis (aluguéis, venda, aquisição);
  • Centralização de investimentos e participações em outras empresas;
  • Planejamento sucessório (herança e doações de cotas);
  • Estrutura mais enxuta, sem empregados ou operação comercial.

O que é uma holding operacional?

Já a holding operacional é uma sociedade que, além de deter participações em outras empresas, também atua diretamente em atividades empresariais. Ela pode ter receitas próprias, equipe, estrutura de gestão e até operação comercial.

Exemplo: um grupo empresarial do setor de energia cria uma holding que, além de controlar diversas SPEs de geração, também executa contratos, contrata pessoal e emite notas fiscais.

Características típicas de uma holding operacional:

  • Participação em atividades comerciais e operacionais;
  • Receita própria e quadro de funcionários;
  • Exposição maior a riscos civis, trabalhistas e tributários;
  • Requer uma estrutura administrativa mais robusta.

Quais são os impactos na estrutura societária?

A escolha entre uma holding patrimonial ou operacional tem reflexos diretos na estrutura societária, especialmente nos seguintes aspectos:

1. Governança e controle

  • Holdings operacionais exigem maior robustez na governança corporativa, já que operam negócios diretamente.
  • Em holdings patrimoniais, o foco está em acordos familiares e regras de sucessão, com impacto mais forte no planejamento patrimonial e tributário.

2. Responsabilidade e riscos

  • A holding operacional assume risco jurídico direto sobre suas atividades (ex: litígios trabalhistas ou tributários).
  • Já a patrimonial tende a ser menos exposta a riscos operacionais, desde que bem blindada juridicamente.

3. Tributação

  • Holdings operacionais estão sujeitas a tributação regular de receita e lucro, além de obrigações acessórias típicas de empresas em atividade.
  • A holding patrimonial, por sua vez, pode se beneficiar de regras de apuração específicas, como o regime de lucro presumido em atividades de aluguel.

Como escolher entre uma holding patrimonial e uma holding operacional?

A decisão deve levar em conta o objetivo da estrutura, a natureza das atividades do grupo e os riscos envolvidos. Algumas perguntas norteadoras:

  • O objetivo é blindar patrimônio ou operar negócios?
  • Há intenção de planejamento sucessório ou expansão empresarial?
  • O grupo possui ativos imóveis ou atividade comercial recorrente?
  • Existe a necessidade de limitar a responsabilidade entre diferentes unidades de negócio?

Em geral:

Objetivo principal

Holding patrimonial

Holding operacional

Gestão de imóveis e patrimônio

✅ Sim

❌ Não recomendado

Participação em outras empresas

✅ Sim

✅ Sim

Atividade comercial direta

❌ Não

✅ Sim

Planejamento sucessório familiar

✅ Sim

⚠️ Possível, mas mais complexo

Redução de riscos operacionais

✅ Sim (ativa passiva)

❌ Exposta à operação

 

Quais são os principais cuidados jurídicos na constituição de uma holding?

Tanto no caso de uma holding patrimonial quanto operacional, o desenho jurídico precisa ser feito com atenção para evitar riscos de autuação ou litígios futuros.

Pontos críticos incluem:

  • Elaboração do contrato social com cláusulas claras de governança e sucessão;
  • Planejamento tributário preventivo, com apoio contábil especializado;
  • Análise de riscos na consolidação patrimonial (especialmente em imóveis com passivos);
  • Separação contábil e jurídica entre ativos da holding e das controladas;
  • Registro correto na Junta Comercial e regularidade fiscal.

Qual o papel do advogado societário nesse processo?

O advogado é peça-chave na estruturação de qualquer holding, tanto para garantir a segurança jurídica da constituição da sociedade, quanto para desenhar os mecanismos de governança, sucessão e controle.

Além disso, ele atua na:

  • Avaliação de riscos societários e tributários;
  • Elaboração de acordo de sócios ou protocolo familiar;
  • Definição de estrutura de capital (quotas, classes, preferências);
  • Acompanhamento de reorganizações societárias e auditorias.

A escolha entre uma holding patrimonial e uma holding operacional não é apenas uma decisão contábil: é estratégica, jurídica e de governança. Cada estrutura atende a necessidades diferentes e envolve riscos distintos.

Quer entender melhor como estruturar holdings com segurança jurídica? Agende uma conversa com o time do Basement para conhecer nossa solução de governança e gestão societária.

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