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Contabilização de ILPs: quais os erros mais comuns na apuração de encargos e impostos?

A sua empresa está apurando corretamente os encargos e tributos dos Incentivos de Longo Prazo (ILPs)? 

Essa é uma dúvida recorrente entre profissionais de remuneração e finanças que estruturam planos como stock options, phantom shares e ações restritas (RSUs). Também é uma das maiores fontes de risco jurídico, contábil e fiscal no uso desses instrumentos.

Neste artigo, você vai conhecer:

O que são ILPs e por que sua contabilização é tão sensível?

ILPs (Incentivos de Longo Prazo) são mecanismos de remuneração atrelados ao desempenho e à permanência de colaboradores estratégicos. Eles podem assumir diferentes formatos, como:

Esses instrumentos são usados para alinhar interesses, reter talentos e distribuir valor de forma mais eficiente. Mas, ao contrário dos salários fixos, os ILPs apresentam desafios contábeis específicos, como:

E é justamente nessa complexidade que surgem os erros mais comuns.

Quais são os erros mais frequentes na apuração de encargos e tributos sobre ILPs?

1. Ignorar o tipo de ILP na definição do tratamento contábil e fiscal

Nem todo plano de incentivo tem a mesma natureza jurídica. Confundir um plano de stock options com um plano de bônus, por exemplo, pode levar a uma contabilização completamente equivocada.

Erro comum: tratar stock options como salário e recolher encargos indevidos.

Como evitar:

2. Não reconhecer a despesa do plano ao longo do período de vesting

Muitas empresas só reconhecem o custo do plano no momento do pagamento (liquidação), o que viola o princípio contábil do accrual basis.

Exemplo prático:
Se um plano de ações restritas prevê 4 anos de vesting, o custo contábil deve ser aprovisionado anualmente, com base no valor justo da ação e na probabilidade de cumprimento do vesting.

Consequência do erro: distorção dos resultados contábeis e risco de autuações fiscais.

3. Desconsiderar o impacto tributário na folha de pagamento

Se o plano tiver natureza remuneratória (como nas RSUs entregues sem custo ao colaborador), incide INSS e IRRF na data do pagamento, e a empresa deve reter e recolher esses valores via folha.

Erros frequentes:

4. Falta de documentação e evidências para auditoria e fiscalização

A ausência de registros claros sobre a precificação, critérios de vesting e lógica de cálculo das despesas pode gerar problemas em auditorias externas e fiscalizações da Receita Federal.

Boas práticas:

Como calcular corretamente os encargos e tributos sobre ILPs?

O cálculo depende de vários fatores:

Exemplo simplificado:

Uma RSU concedida gratuitamente, com vesting de 3 anos, cujo valor da ação na data da entrega é R$ 100.

Como evitar problemas na contabilização dos ILPs?

FAQ: erros comuns na contabilização de ILPs

1. Todo ILP deve ser registrado na contabilidade da empresa?

Sim. Independentemente do formato (stock options, RSUs, phantom shares), os Incentivos de Longo Prazo geram efeitos econômicos e devem ser refletidos nas demonstrações contábeis, respeitando os critérios de reconhecimento de receita e despesa.

  1. Qual a diferença entre reconhecer o custo na concessão e no vesting?

Reconhecer o custo na concessão significa lançar todo o valor no momento da outorga. Já o reconhecimento durante o vesting (modelo mais comum) dilui o custo ao longo do tempo, de acordo com as condições previstas no plano. Esse modelo segue o princípio da competência contábil e evita distorções nos resultados.

  1. Quais impostos incidem sobre RSUs?

Se o plano tiver natureza remuneratória (como nas RSUs gratuitas), incidem:

  1. Stock options geram encargos trabalhistas?

Depende da estrutura. Se a opção for concedida de forma onerosa, com risco e voluntariedade por parte do colaborador, é possível enquadrar como plano mercantil, afastando encargos. Se for gratuita, compulsória ou com liquidação garantida, pode ser interpretada como remuneração.

  1. Posso corrigir erros contábeis de planos anteriores?

Sim, mas é necessário avaliar os impactos nas demonstrações financeiras dos períodos anteriores. Dependendo do erro e da materialidade, a empresa pode precisar fazer uma reclassificação contábil, ajuste retrospectivo ou nota explicativa com justificativa técnica.

Vale a pena investir na estruturação correta dos ILPs?

Sim. Quando bem estruturados e corretamente contabilizados, os Incentivos de Longo Prazo são ferramentas poderosas de alinhamento e retenção.

Entretanto, a falta de cuidado na apuração de encargos e tributos pode transformar essa solução em um risco desnecessário. Por isso, agende uma conversa com nosso time e tire suas dúvidas com quem entende do assunto.

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